quinta-feira, 12 de julho de 2012

Fukushima Nos EUA? Americanos Podem Sofrer Grave Acidente Nuclear, Semelhante ao do Japão


Os EUA podem sofrer um grave acidente nuclear, semelhante ao de Fukushima, foi a estarrecedora revelação feita por reguladores federais à Associated Press.

Cerca de 7,4 milhões de californianos estão ameaçados por possíveis radiações provenientes da usina nuclear de San Onofre, há 70 milhas de Los Angeles.

O problema apareceu em janeiro deste ano, quando se descobriu uma ruptura num tubo por onde passava água radioativa. Traços de radiação escaparam, mas os técnicos garantiram que não houve perigo para os trabalhadores e moradores da vizinhança.

Por precaução, foi fechado o gerador da Unidade 3. O gerador da Unidade 2 já estava fora de ação para serviços de manutenção. Ambos apresentaram problemas de desgaste.

A planta permanece fechada desde 31 de janeiro, enquanto técnicos investigavam a extensão e as causas do problema.

Cerca de 5 meses depois, uma equipe da Comissão Reguladora Nuclear (CRN)informou que a ruptura fora conseqüência do uso excessivo dos geradores de vapor que haviam sido instalados em 2009 e 2010. Testes revelaram que alguns tubos estavam tão corroídos que poderiam rachar e possivelmente liberar radiações, uma descoberta incrível, por se tratar de equipamentos virtualmente novos.

Para Elmo Collins, um dos reguladores, erros de fabricação ou de instalação poderiam ter influenciado a rápida deterioração dos tubos dos geradores, mas parece que as principais causas foram erros no projeto.

Greg Werner, que chefiou a equipe federal de reguladores, disse que, quando os geradores foram projetados, o computador usado pela Mitsubishi julgou de uma forma extremamente errada como a água e o vapor deveriam fluir nos reatores. O que provocou a vibração excessiva dos tubos.

Ponderou também que as alterações implantadas para aperfeiçoar a produção nunca foram devidamente revisadas no contexto do projeto do gerador, resultando num suporte mais fraco aos feixes de tubos, o que também contribuiu para causar vibrações.

Collins, por sua vez, não descartou a hipótese de um ou mais geradores terem de ser substituídos.

Na investigação da CRN apurou-se que dos 129 geradores testados, 8 falharam completamente, “indicando que eles poderiam sofrer rupturas durante algumas condições de operação.”

‘Não é difícil definir o problema’, afirmou Collins à AFP.As soluções é que são difíceis, do contrário já teriam surgido.”

De qualquer modo, as conclusões da investigação deverão implicar numa série de alterações ao projeto do equipamento, incluindo a decisão de acrescentar 400 tubos para cada gerador e de instalar suportes em V com o fim de minimizar o desgaste pela vibração dos tubos.

A companhia proprietária da usina de San Onofre distribuiu uma declaração afirmando que o reator da Unidade 2 provavelmente permaneceria desativado pelo menos até meados de agosto, dependendo da aprovação da CRN.

Não previam uma data para a reativação da Unidade 3, onde os danos dos tubos foram mais severos.

A companhia pretende submeter um plano aos reguladores federais para reativar um ou ambos os reatores. Esse plano também mostraria como ela iria controlar o desgaste de tubos.

Enquanto o relatório da CRN era discutido com a companhia proprietária de San Onofre, manifestantes da ONG “Amigos da Terra” e de outros grupos críticos da indústria nuclear protestavam com cartazes que diziam: “Não a outra Fukushima” e “Fechem a insegura San Onofre”.

Tinham bons motivos para isso.

San Onofre foi planejada para resistir a terremotos de escala 7, porém está localizada numa região onde pode acontecer um terremoto escala 8,9.

Um desastre nuclear em San Onofre envenenaria o suprimento de alimentos, criaria “zonas mortais” permanentes e ruínas financeiras em todo o país.

Quem vive numa área de 80 quilômetros a partir da usina, estará sujeito a riscos ainda maiores de perder tudo. Cinco municípios estão dentro desta zona de 80 quilômetros.

Existem ainda nos EUA mais de 100 reatores antigos demais. Estarão ainda em condições perfeitas?

Os seus proprietários insistem em mantê-los em funcionamento.

Numa reportagem para People & Power, Joe Rubin e Serene Fang analisam a forma com que a CRN concede ou prolonga licenças a usinas.

Três usinas nucleares foram focadas: a Pacific Gas & Electric, em Diablo Canyon, e a Vermont Yankee e a Indian Point, em New York.

Descobriram que a fiscalização da CRN está longe de ser perfeita.

Os EUA estariam caminhando para uma catástrofe nuclear se urgentes ações não fossem efetivadas.

Por negligência dos proprietários das usinas nucleares, ou mesmo por não se dispor de conhecimentos para garantir segurança, a verdade é que ainda não dominamos completamente o setor.

Até o país mais avançado tecnologicamente do mundo não está conseguindo lidar com a energia nuclear sem colocar em sérios riscos seus habitantes.

Talvez isso nunca seja possível, talvez mesmo a energia nuclear seja indomável.

As dúvidas são muitas. As certezas, ainda poucas.

O que está em jogo – a vida humana – não seria um valor por demais alto para ser arriscado?



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