A Síria começou a retirar dos armazéns parte de seu vasto arsenal de armas químicas, afirma nesta sexta-feira o jornal americano "The Wall Street Journal".
O jornal cita funcionários do governo americano, que não quiseram se identificar. Eles se dividem sobre o objetivo desta movimentação.
Parte alega estar preocupada com o transporte do armamento como um sinal de que o regime sírio cogita usá-lo na repressão aos rebeldes da oposição ou mesmo civis, como estratégia de limpeza étnica.
Outros dizem acreditar que Assad quer esconder este material para evitar que caia nas mãos dos rebeldes e também dificultar que as potências ocidentais o localizem.
Outros alegam ainda que Assad não tem intenção de usar estas armas, mas sim de criar nos rebeldes o temor de um ataque químico.
Acredita-se que o regime sírio tem um dos maiores arsenais de armas químicas e biológicas no Oriente Médio. O estoque não declarado inclui agente sarin, gás de mostarda e cianeto. A Síria nunca assinou a Convenção de 1992 de Armas Químicas, acordo internacional que estabelece as regras para produção, armazenamento e uso destas armas.
Este arsenal é uma das preocupações dos EUA, que observa atento a qualquer sinal deste armamento desde o início da revolta no país, há 15 meses, segundo o jornal.
Um dos funcionários citados pelo jornal diz temer que a Síria seja palco do primeiro ataque de armas de destruição em massa sob a vigilância internacional, já que o país abriga uma missão de monitores da ONU que supervisionava, até ser suspensa em junho, a aplicação do cessar-fogo no país.
O jornal afirma que o governo americano começou a fazer reuniões secretas com as informações obtidas sobre a movimentação.
O governo sírio, contudo, nega categoricamente a informação. Ao próprio "WSJ", o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Síria, Jihad Makdissi, classificou a informação de absolutamente ridícula e falsa.
"Se os EUA estão tão bem informados, por que eles não podem ajudar Kofi Annan a parar o fluxo de armas ilegais para a Síria para parar a violência e conseguir uma solução política?", ironizou.
Fonte : Nos dias de Noé / Folha UOL
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