quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ativistas fazem vigília por Assange em frente à embaixada equatoriana em Londres

Fachada da embaixada equatoriana em Londres, onde o criador do Wikileaks Julian Assange está há quase dois meses
Do outro lado da rua, em frente à Embaixada do Equador em Londres, ativistas de direitos humanos fazem vigília pelo fundador do Wikileaks, Julian Assange, em um revezamento de expectativa e frustração. Enquanto não há solução à vista, uma barricada de representantes irlandeses, norte-americanos, escoceses, italianos e ingleses busca garantir a integridade física do jornalista, abrigado desde 19 de junho no número cinco da rua Hans Crescent, em Chelsea, bairro nobre da capital britânica.

Um suspiro de resolução chegou ao endereço ontem via reportagem do jornal britânico The Guardian, que ventilou um possível “sim” de Quito ao pedido de asilo político feito por Assange. No entanto, a embaixada emitiu nota nesta quarta-feira (15) negando a tomada de decisão. “Estamos esperando um relatório jurídico do Ministério de Relações Exteriores sobre o caso e vamos analisar se levamos adiante ou não seu pedido de asilo”, afirmou o presidente equatoriano Rafael Correa.


Os ativistas em vigília acreditam que, caso Correa aceite o pedido, ele enviará uma importante mensagem para a proteção dos direitos humanos e civis. “Eu estou do lado de Correa. Às vezes é importante notar como pequenos gestos, vindos de um país relativamente pequeno, podem significar tanto internacionalmente”, afirmou o irlandês Jim Curran, presidente da Civil Rights International.

Assange, que lançou o Wikileaks em 2010, é procurado em Estocolmo por um suposto crime sexual. Ele travou uma longa batalha jurídica contra sua extradição do Reino Unido, a pedido do governo sueco, mas perdeu o direito de permanecer no país após decisão da Suprema Corte britânica. Há oito semanas, o jornalista buscou asilo na embaixada do Equador em Londres, em uma jogada classificada como “tenaz” pela imprensa local.


“Ele não foi condenado por nada, ele não foi indiciado por nada. O que é preciso se discutir é por que procuradores suecos vieram a Londres e se recusaram a falar com os advogados de Julian. O que é preciso se discutir é por que ele pediu asilo do Reino Unido - um país normalmente procurado para conceder asilo”, disse um dos ativistas com acesso a Assange, que não quis se identificar.

Enquanto policiais batiam ponto em frente ao belo prédio da embaixada, aguardando qualquer movimentação do jornalista, uma equipe carregava caixas com alimentos para dentro da embaixada, algo que segundo o irlandês Jim Curran acontece duas vezes por semana. O otimismo passa longe da barricada do outro lado da rua. Para os ativistas, o processo de concessão de asilo político deve se arrastar por pelo menos mais três ou quatro semanas. Até lá os observadores estarão a postos, 24 horas por dia, sete dias por semana.




Fonte: Opera Mundi

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