terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nova doença apresenta sintomas semelhantes aos da AIDS



Uma nova doença que causa sintomas semelhantes aos da Sida está a afectar apenas asiáticos, embora nenhum dos pacientes esteja infectado com o vírus HIV. Este misterioso padecimento, cujo primeiro caso foi registado em 2004, desenvolve-se em pessoas com em média de anos de idade, e perturba o normal funcionamento do sistema imunitário, à imagem da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA).

Ao contrário da SIDA, esta doença parece não ser contagiosa e apenas infecta asiáticos. Ainda não se sabe porque afecta o sistema imunitário, mas os organismos dos pacientes ficam incapazes de combater germes, infecções e vírus.

«Isto é outro tipo de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida que não é hereditária e ocorre em adultos, mas não se propaga como a SIDA», explicou a investigadora Sarah Browne, do Instituto Nacional de Alergologia e Doenças Infecciosas dos EUA.

Esta cientista ajudou outros investigadores na Tailândia e em Taiwan, onde se registou a maior parte dos casos desde 2004. O seu estudo foi publicado na quinta-feira no New England Journal of Medicine.

«Isto é absolutamente fascinante», considerou Dennis Maki, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Wisconsin, em Madison. «Vi provavelmente três casos nos últimos dez anos», apontou.

«É possível que algum tipo de infecção desencadeie a doença, apesar de a doença em si não se propagar de pessoa para pessoa», explicou.

A nova doença regista-se em pessoas com, em média, 50 anos, mas não corre nas famílias, pelo que não é provável que seja atribuída a um único gene.

Alguns pacientes morreram vítimas de infecções, incluindo asiáticos a residir nos EUA, embora Sarah Browne não consiga estimar quantos.

Uma costureira vietnamita de 62 anos, que vive no Estado do Tennessee desde 1975, ficou gravemente doente e procurou ajuda. Kim Nguyen sofria de febres altas, infecções nos ossos e outros sintomas em 2009.

A mulher, que tinha visitado o Vietname em 1995 e em 2009, tinha estado pontualmente doente ao longo de vários anos.

«Ela estava a morrer de uma doença infecciosa» que parecia tuberculose mas não era, disse Carlton Hays Jr., médico de família na Jackson Clinic, em Jackson, no Tennessee. «Ela era uma mulher pequena, mas quando a conheci pesava 41 quilos e depois já só pesava 31».

Kim Nguyen foi encaminhada a especialistas do Instituto Nacional de Saúde norte-americano que tinham acompanhado casos semelhantes.

A vietnamita já passou cerca de um ano no NIH hospital em NIH hospital e ainda lá está para monitorização e tratamento.

«Sinto-me muito bem agora», disse Nguyen na quarta-feira. Contudo, quando estava doente, sentia-se «tonta, com dores de cabeça, quase caía», além de que não conseguia comer nada.

Recorde-se que o vírus que causa a SIDA, o HIV, destrói as «células T», os principais «soldados» do sistema imunitário que combatem as ameaças. A nova doença não afecta estas células.

Segundo o estudo de Browne, que seguiu mais de 200 pessoas na Tailândia e em Taiwan, os pacientes com esta doença produzem uma substância denominada «auto-anticorpos», que bloqueia o «interferão-gama», sinal químico que ajuda o organismo a eliminar infecções.

O bloqueio destes sinais causa nos pacientes sintomas como os verificados nos doentes com SIDA, isto é, ficam altamente vulneráveis a vírus, infecções fúngicas, parasitas e particularmente micobatérias, grupo de germes semelhante aos da tuberculose que pode causar danos severos nos pulmões.

Os investigadores estão a apelidar a nova doença de «síndrome da imunodeficiência adulta», já que só se desenvolve mais tarde na vida, embora não se saiba como nem porquê.
«Basicamente, não sabemos o que está a fazer com que os pacientes produzam estes anticorpos», sublinhou Sarah Browne.

O uso de antibióticos nem sempre se revelou eficaz, pelo que os médicos tentaram diversas abordagens, como um medicamento para o cancro que ajuda a suprimir a produção de anticorpos. A doença pareceu «acalmar» nalguns pacientes, mas o sistema imunitário vulnerável parece ser uma condição crónica, segundo os investigadores.

O facto de que todos os pacientes são asiáticos ou pessoas nascidas na Ásia a residir noutros locais sugere que a doença pode ser desencadeada por factores genéticos ou relacionados com o ambiente.

Browne salientou ainda que além dos pacientes que foram acompanhados pelos médicos, «há muito outros pelo mundo fora», incluindo casos que são erradamente confundidos com tuberculose.


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