terça-feira, 28 de agosto de 2012

Presidente Colombiano confirma aproximação com as FARC para processo de paz

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anuncia aproximação com as FARC em discurso (27/08)
O governo colombiano iniciou aproximação com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para solucionar o conflito que afeta o país há 45 anos, informou nesta segunda-feira (27/08) o presidente Juan Manuel Santos.

"Desde o primeiro dia de meu governo, cumpri com a obrigação constitucional de buscar a paz”, afirmou ele em discurso no Palácio Presidencial. O presidente alertou, no entanto, que as operações das Forças Armadas colombianas vão ser mantidas enquanto o conflito não for plenamente resolvido.

Santos assinalou também que a segunda maior guerrilha colombiana, o ELN (Exército de Libertação Nacional), pode integrar as conversas - como foi proposto pelo líder máximo deste grupo rebelde, Nicolás Rodríguez, na segunda-feira (27/08).

Os resultados das negociações com os grupos guerrilheiros somente serão divulgados nos próximos dias, mas Santos garantiu aos colombianos que “podem confiar plenamente no governo que está agindo com prudência, seriedade e firmeza”.

De acordo com o presidente, sua administração está se baseando nos erros do passado para estabelecer um processo de negociação da paz que leve “ao fim do conflito, não ao seu prolongamento”.

Três pontos

Santos detalhou que a aproximação de seu governo com as FARC se baseará em três princípios. O primeiro deles é que se deve aprender "com os erros do passado para não repeti-los"; em segundo lugar que "qualquer processo tem que levar ao fim do conflito, não a seu prolongamento".

E o terceiro, que as forças de segurança do Estado "manterão as operações e a presença militar sobre cada centímetro do território nacional".


Negociações


O ex-presidente colombiano e ex-secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), César Gaviria, é apontado como um dos possíveis interlocutores do governo caso se concretize a abertura de um diálogo de paz. O nome de Gaviria como integrante do comitê mediador ou negociador oficial perante a principal guerrilha colombiana foi mencionado por alguns meios de comunicação de Bogotá, entre eles a rádio RCN, mas sem citar fontes.

A realização formal das negociações está prevista para outubro, na cidade de Oslo, Noruega, meses após uma encontro entre as partes que teria acontecido na capital cubana. "De lá, os delegados do governo e da guerrilha se dirigirão novamente a Havana com a disposição de negociar até que se saia com a assinatura de um pacto de paz que ponha fim a quase 50 anos de conflito", informou a Telesur.

Segundo o programa apresentado pelas autoridades colombianas, a viagem dos delegados à Noruega deverá incluir uma visita ao Storting (parlamento unicameral) onde participarão de um debate sobre a democracia participativa.

O diretor de informação da Telesur, Jorge Enrique Botero, ressaltou que o processo de paz começou a ser gestado em maio do ano passado, quando iniciaram-se conversas secretas em Havana, que contaram com o acompanhamento de Venezuela, Cuba e Noruega.

Ainda de acordo com a emissora, os arquitetos desse processo por parte das FARC foram o comandante guerrilheiro Mauricio, mais conhecido como El Médico, que sucedeu Jorge Briceño, conhecido como Mono Jojoy. Também participaram os rebeldes Rodrigo Granda, Marcos Calarcá e Andrés París.

Por parte do governo colombiano participaram do processo o atual conselheiro para a Segurança, Sergio Jaramillo; o ministro do Meio Ambiente, Frank Pearl e Enrique Santos Calderón, irmão do presidente, Juan Manuel Santos.

Gaviria

Outro nome nesse panorama é o de Gaviria, reconhecido como o presidente da Colômbia que ordenou a primeira e maior operação militar contra as FARC, que estão em atividade desde 1964 e na atualidade contam com cerca de 8,5 mil combatentes, segundo fontes militares. A ação foi lançada em 10 de dezembro de 1990 e consistiu em um bombardeio a Casa Verde, cidadela na área montanhosa de Uribe, cidade do departamento de Meta.

O ataque não deixou mortos entre a chefia rebelde, então liderada por "Manuel Marulanda Vélez" ou "Tirofijo", fundador e principal líder desta guerrilha até sua morte por causas naturais em março de 2008, mas obrigou os insurgentes a abandonar o acampamento.


Fonte : Opera Mundi 

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