quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Justiça da França abre inquérito para investigar morte de Yasser Arafat

Viúva do líder palestino suspeita que seu marido tenha sido envenenado durante tratamento em um hospital de Paris

A justiça francesa instaurou nesta terça-feira (28/08) um inquérito para apurar as causas de morte do líder palestino Yasser Arafat em novembro de 2004. A medida foi acatada após sua viúva, Suha Arafat, levantar suspeitas de que seu marido tenha sido envenenado no Hospital Militar de Percy, em Paris.


Saeb Erekat, negociador-chefe da Autoridade Palestina, considerou bem-vindos os esforços das autoridades francesas, mas revelou que, de qualquer forma, solicitaria a abertura de uma investigação à Liga Árabe e às Nações Unidas para apurar as declarações da viúva de Arafat. Desde quando a equipe médica responsável por seu tratamento se disse incapaz de estabelecer a causa mortis do líder palestino, persistem as suspeitas de que ele tenha sido vítima de um homicídio.

Novas repercussões sobre sua morte surgiram ainda no mês passado, quando um instituto pericial suíço analisou peças de roupas de Arafat e identificou a presença de índices anormais do elemento radioativo polônio-210. A opinião da maioria dos árabes é de que agentes israelenses seriam os responsáveis por seu suposto assassinato.

Um provável contraponto à versão da esposa de Arafat partiu do Instituto de Radiofísica de Lausanne. A agência Reuters consultou os especialistas de sua instituição e apurou que os sintomas registrados no prontuário de Arafat não condizem com os efeitos mais comuns decorrentes da ingestão de polônio-210. Em um comunicado, Yigal Palmor, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, disse esperar que o inquérito francês revele mais detalhes sobre as circunstâncias da morte de Arafat.

Ele também acrescentou que “as suspeitas levantadas por Suha Arafat junto à Polícia Francesa não pertencem a Israel". "Se o sistema judiciário francês decidiu pela abertura de uma investigação, nós esperamos que isso esclareça a questão”, alegou.

Já Erekat lembra que um comitê da Autoridade Palestina nunca interrompeu suas investigações. "A decisão francesa é bem-vinda e nós acreditamos que nossas equipes políticas e médicas podem trabalhar em conjunto com o inquérito francês. Ao mesmo tempo, a Liga Árabe acaba de formar um comitê que convocará uma investigação internacional a partir do Conselho de Segurança das Nações Unidas." A Tunísia já pediu uma reunião de ministros à Liga Árabe para discutir a morte.

A rádio Europe 1 teve acesso ao advogado de Suha Arafat, que disse que "os testes conduzidos na Suíça provam que Arafat, muito provavelmente, morreu envenenado”. Mais além, ele considera “suspeito” que o hospital de Percy tenha destruído suas amostras de sangue e urina. O objetivo principal da Autoridade Palestina é exumar o corpo de Arafat para uma autópsia.

Em 2004, Arafat estava confinado no território Palestino por Israel e corria o risco de não conseguir retornar a seu país caso buscasse tratamento médio na França. Em um primeiro momento as suspeitas eram de que o líder árabe sofria de uma pneumonia, contudo, sua condição física foi se degradando até que entrasse em coma. "Se Deus quiser, voltarei”, disse pouco tempo antes de falecer.




Fonte : Opera Mundi 

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